O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, palestrou sobre o tema Parto Seguro no sábado, dia 4, terceiro e último dia do 24º Congresso Gaúcho de Ginecologia e Obstetrícia. O evento ocorreu no centro de eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre, e também contou com um estande exclusivo do sindicato.
A aula proferida por Matias concentrou-se no combate ao uso do termo “violência obstétrica”, que, ao longo das últimas décadas, teria criado um ambiente inóspito ao trabalho dos obstetras. Diante de uma plateia formada por centenas de médicos e acadêmicos, ele apresentou o histórico do termo e mostrou de que forma ele ganhou popularidade. Em seguida, demonstrou o impacto disso no cotidiano dos profissionais da área.
“O problema, ao meu ver, começou com os tais 15% da Organização Mundial da Saúde (OMS). Após um encontro promovido no Brasil, em 1985, foi publicado no Lancet que não haveria justificativa para que qualquer região do mundo tivesse uma taxa de cesáreas superior a 15%”, relatou.
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A partir daí, segundo ele, teve início um problema crescente para todos os médicos da especialidade. Posteriormente, uma campanha recorrente na mídia — e, mais grave, em órgãos públicos — passou a classificar como “violência obstétrica” diversos procedimentos respaldados pela ciência.
Entre os danos causados, além do prejuízo ao exercício da profissão, destaca-se o alto índice de judicialização que recai sobre os hospitais, gerando um contencioso que, por vezes, inviabiliza o funcionamento dos centros obstétricos.
“Não foi à toa que criamos o primeiro núcleo de uma especialidade entre os sindicatos do país — e foi justamente o de obstetrícia. Pegaram coisas que estão absolutamente dentro da ciência e transformaram em violência”, criticou Matias.
Segundo o presidente, é importante falar sobre o tema porque nenhum profissional está livre de ser processado por um procedimento com respaldo científico. Ele entende que o futuro do trabalho de cada obstetra depende desse movimento de conscientização e de enfrentamento àqueles que acusam injustamente os profissionais de praticarem violência. Por isso, saudou a participação de tantos médicos e acadêmicos na atividade.
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