O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) se reuniu com médicos residentes vinculados ao programa de Residência Médica em Clínica Médica do Hospital Universitário de Canoas (HU) para apurar denúncias de irregularidades na condução da formação, com ênfase em falhas de supervisão e no possível descumprimento de normas que regem a residência médica. O encontro contou com a participação dos diretores do Simers Vinícius Conejo, Caroline Martins e Fernando Volkart. As inconformidades relatadas foram formalizadas em documento encaminhado em 18 de dezembro ao Simers, ao Cremers e à Comissão de Residência Médica (COREME).
Entre os pontos apresentados, destacam-se relatos de insuficiência de profissionais habilitados para preceptoria e supervisão. Segundo os residentes, a empresa gestora teria designado profissionais recém-formados para funções de supervisão, o que, se confirmado, configura situação incompatível com os parâmetros exigidos para programas de residência e expõe residentes e pacientes a risco assistencial.
O Simers reafirma seu posicionamento: não deseja o fechamento do programa e defende a manutenção das atividades no HU, com reparação rápida e verificável das falhas apontadas. No entanto, diante da gravidade das denúncias e do potencial de exposição dos residentes, caso não haja providências imediatas e efetivas para restabelecer as condições mínimas de formação e segurança, o sindicato poderá adotar medidas para resguardar os médicos residentes, incluindo a realocação temporária para outra instituição. Persistindo a ausência dos requisitos legais e estruturais, poderá ser avaliada, como última alternativa, a recomendação de encerramento do programa, para evitar a continuidade de um cenário irregular.
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Como encaminhamento, o Simers informará que encaminhará ofícios à COREME e à gestão hospitalar solicitando esclarecimentos e comprovações objetivas sobre: estrutura e responsáveis pela preceptoria/supervisão, organização dos plantões, funcionamento e suporte dos laboratórios de urgência e emergência, além das condições e fluxos dos estágios em unidades de terapia intensiva. Após análise técnica das respostas e das evidências apresentadas, será convocada nova reunião para deliberação dos próximos passos.
O Simers reforça que seguirá acompanhando o caso de forma firme, técnica e responsável, com o objetivo de garantir a qualidade da formação médica, a proteção dos residentes e a segurança da assistência, preservando o programa — desde que sejam asseguradas as condições exigidas.
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