Simers leva aos especialistas gaúchos dados sobre a situação da Pediatria e as ações para reverter o impacto da redução de leitos

A má distribuição de pediatras, o fechamento de serviços e a redução de leitos no estado foram apresentados pelo Núcleo de Pediatria do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) durante o XVI Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, que acontece de 4 a 6 de abril, na Capital. A palestra foi ministrada pelo coordenador do Núcleo, Daniel Wolff, que mostrou o panorama da especialidade e o que o Simers vem fazendo para mudar a realidade que afeta a saúde das crianças e preocupa os profissionais. 

A palestra fez parte do painel Panorama da Pediatria no RS, coordenado pelo diretor da Sociedade de Pediatria do RS (SPRS), Silvio Baptista, com a participação do diretor do professor de Medicina da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Paulo Nader. Em sua fala, Daniel mostrou que 131 municípios gaúchos não contam com pediatra para a assistência, bem como a redução de 11% dos leitos pediátricos e cirúrgicos nos últimos cinco anos, sendo 13% apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Vemos que o cenário da pediatria é preocupante e estamos mobilizados para reverter os impactos que esses números trazem. Por isso, estar aqui e conversar com cerca de 900 especialistas é fundamental para unirmos forças e mudar essa realidade”, destacou o coordenador do Núcleo de Pediatria. 

Assinatura da Carta Aberta

Durante a palestra, a diretora do Simers e integrante do Núcleo de Pediatria, Anice Metzdorf, convidou os colegas a assinarem o documento que pede providências do estado e dos municípios. A carta aberta foi elaborada após a reunião promovida pelo Núcleo de Pediatria do Simers, no dia 26 de março, que debateu os gargalos da assistência infantil e quer mobilizar gestores e órgãos do poder público. 

“Ficamos muito satisfeitos com a adesão dos colegas, pois todos nós queremos que as crianças sejam atendidas por pediatras, que não faltem profissionais nas unidades básicas de saúde e que mais nenhum leito ou serviço deixem de existir. Estamos próximos do inverno e ver o sofrimento dos pacientes e familiares é devastador”, afirma a diretora do Simers.