Coordenado pelo Núcleo Médico Jovem, o seminário Pejotização na Medicina foi realizado na noite de quarta-feira (5) no auditório do Simers e reuniu, em formato híbrido, diretores, conselheiros e delegados para debater o tema. Questão que tem atingido a categoria em diferentes momentos de carreira, com contratos de terceirização, a pejotização cresce em importância com os recém-formados, que já chegam ao mercado de trabalho com um modelo que cada vez mais se afasta das relações CLT.
Na fala de abertura, o presidente do Simers, Marcelo Matias, traçou uma linha do tempo das mudanças ocorridas nas últimas décadas.
“A contratação do médico com sua própria pessoa jurídica também hoje é uma miragem. O que estamos tratando não é da terceirização apenas. O vínculo trabalhista foi resumido a uma mensagem no WhastApp. O agravamento desta crise tem se dado de forma exponencial”, afirmou Matias, que citou, ainda, instrumentos de controle implementados pelo Simers, como o Devedômetro.
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Na sequência, o vice-presidente do Sindicato, Felipe Vasconcelos, apresentou um resumo de reuniões com órgãos públicos para tratar de temas como o piso nacional e, com grande atuação em todo o país, a pejotização. Entre os projetos citados pelo vice-presidente, está o PL 570/2025, que tramita em Brasília e avançou recentemente com a nomeação do deputado Allan Garcês, médico integrante da Frente Parlamentar da Medicina, para a relatoria na Comissão de Saúde.
“É um projeto para aumentar a transparência dos recursos destinados aos pagamentos do médico. É um sinal de que o Simers está de olho na questão e vemos o avanço dele como uma vitória nossa”.
Para ampliar a discussão do tema, foram ouvidos o gerente de Relações Governamentais, Gabriel Larré, a advogada Denise Risso e os contadores Sandro Werpp e Raquel Gravana.
Na área jurídica, Denise Risso apresentou as diferentes formas de contratos e os cuidados e riscos em cada formato (que iam de pessoa jurídica a diferentes tipos de sociedade) assim como a importância de um assessoramento.
“O que vemos são muitos médicos assinando procurações, e não contratos, e sem fazer uma avaliação prévia”, disse a advogada.
Os contadores também fizeram uma série de alertas aos presentes, apontando para temas como confusão patrimonial e o crescimento de autuações por parte da Receita Federal.
“Se a proposta for para sociedade em conta de participação, o ideal é não aderir”, reforçou Raquel Gravana. “Também é sempre importante verificar o contrato social da empresa, se tem registro no Cremers”, complementou Sandro Werpp.
As questões políticas foram abordadas na fala de Gabriel Larré, que também trouxe exemplos internacionais para o que chamou na apresentação como “Pauta do nosso tempo”:
“É a grande pauta do momento e vai ao encontro dos médicos mais jovens, que vão ingressar no mercado neste modelo, muitos profissionais com menos de 30 anos não conhecem o que é ser CLT. E talvez esse assessoramento aos médicos seja o grande papel do Sindicato nos próximos anos”.
Ao final do evento, o coordenador do Núcleo Médico Jovem, Vinícius Conejo, fez uma análise do encontro:
“O objetivo foi totalmente atingido. É preciso fomentar esse debate para aprofundar um tema tão importante e atual na Medicina”
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