
Sacudir, chacoalhar ou até mesmo atirar a criança para cima, muitas vezes significa um ato inocente de brincadeira. Porém, é preciso tomar cuidado, pois dependendo da intensidade do movimento, essa ação pode gerar lesões no cérebro, caracterizando a síndrome do bebê sacudido. Isso acontece quando o bebê é sustentado pelas extremidades ou ombros e, em movimentos bruscos, a cabeça vai para frente e para trás, sem estar apoiada. Pode causar sérios danos como traumas na cervical, hemorragia cerebral e intraocular.
A síndrome é diagnosticada, geralmente, em crianças pequenas de até dois anos de idade, pois o cérebro não está totalmente formado. É o que explica a médica pediatra, Denise Leite Chaves. “Até os dois anos, a cabeça da criança é maior que o corpo e o cérebro ainda está em crescimento, sendo um pouco menor que a caixa craniana. Portanto, com movimentos fortes, podem ocorrer rupturas, indicando hemorragias oculares e cerebrais”, salienta Denise.
Na maioria das vezes, os traumas acontecem sem querer, por meio de brincadeiras que, quando menos se imagina, pode estar sendo prejudicial à saúde da criança. Segundo especialistas, acredita-se que cerca de 30% dos bebês que sofreram com a síndrome foram a óbito e 60% ficaram com sequelas. “Hemorragias cerebrais podem formar hematomas, convulsões e paradas respiratórias. A intraocular pode acarretar na perda de visão. Também pode não gerar nada imediatamente, porém a criança pode trazer problemas futuros como muitas dores de cabeça, atraso no desenvolvimento do psicomotor”, alerta a pediatra. Outro sintoma da criança sacudida é a irritação constante.
Outra situação que desencadeia a síndrome é quando os cuidadores entram em pânico no momento em que o bebê se engasga. Então, para evitar desespero nessa situação, a pediatra traz dicas de como proceder. “O correto é virar o bebê de bruços, batendo de leve nas costas, com a cabeça da criança sempre apoiada”, diz Denise. A médica ainda lembra que a desinformação é uma grande vilã para enfrentar o problema. “Hoje, ainda faltam informações sobre a síndrome. Portanto, a melhor prevenção é a ida ao médico”, afirma.