O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) manifestou apoio à cassação do mandato do vereador Júlio César Figueiredo Doze (Podemos), conhecido como Sargento Doze, aprovada nesta quarta-feira (22), pela Câmara Municipal de Sant’Ana do Livramento. A medida decorre de uma série de denúncias envolvendo abuso de poder, quebra de decoro e intimidações a instituições e a profissionais da saúde. Cinco itens foram votados, e quatro atingiram os 12 votos necessários para a chamada maioria qualificada.
A conduta do parlamentar vinha sendo alvo de críticas recorrentes por parte de servidor público, da prefeita do município e de funcionários da Santa Casa da cidade. Relatos incluem invasões indevidas ao hospital, gravações não autorizadas, perturbação do ambiente hospitalar e ameaças diretas aos profissionais, sob o pretexto de exercer função fiscalizatória.
A decisão da Câmara acompanha medidas judiciais já adotadas. Em liminar concedida pela 2ª Vara Cível de Sant’Ana do Livramento, o vereador havia sido proibido de acessar o hospital sem autorização, gravar ou transmitir imagens do ambiente hospitalar e manter qualquer conduta intimidatória contra a equipe médica, sob pena de multa de R$ 10 mil por infração.
O processo de cassação, conduzido por uma comissão especial, teve início após denúncia formal apresentada pela prefeita Ana Tarouco. A acusação listava episódios de abuso de autoridade, assédio moral, difamação e perseguição institucional. A Câmara votou pela admissibilidade da denúncia em agosto e, após análise do relatório final, decidiu pelo encerramento do mandato do parlamentar.
“A cassação do vereador representa que práticas que desrespeitam as pessoas, atacam profissionais e colocam em risco a sociedade não serão toleradas. Em especial, o desrespeito aos médicos e ao exercício da medicina deve ser combatido com firmeza. É uma vitória da ética, do respeito aos profissionais da saúde”, afirmou o diretor regional da Fronteira Oeste do Simers, Felipe Cunha.
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O Simers acompanhou o caso desde os primeiros episódios e solicitou em agosto a cassação do vereador, considerando um passo fundamental para a defesa da integridade física, psicológica e profissional dos trabalhadores da saúde. Para o Sindicato, o caso é um alerta sobre os limites da atuação parlamentar e a necessidade de proteger os espaços de cuidado e acolhimento.
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