Torres: Simers e MP buscam soluções para atraso em salários de médicos do HNSN
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Torres: Simers e MP buscam soluções para atraso em salários de médicos do HNSN

Presidente Marcelo Matias participou de reunião na Promotoria da cidade, na tarde de quarta-feira, 17, para tratar sobre falta de pagamento e risco de desassistência

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18/12/2025 15:01

Foto divulgação Ascom/Simers

O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, participou de uma reunião na sede da Promotoria de Torres, no Litoral Norte, na tarde da última quarta-feira, 17. A agenda teve como objetivo buscar soluções, com apoio do Ministério Público (MP), para mitigar a falta de pagamentos aos médicos, além da resolução de problemas estruturais e falta de insumos enfrentados pelos trabalhadores do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes (HNSN).

A reunião foi conduzida pelo promotor Marcelo Araújo Simões e contou com a presença do prefeito de Torres, Delci Dimer, da secretária municipal da Saúde, Neusa Oriques, e do diretor-técnico do HNSN, Fábio Amoretti. Também participaram da agenda membros do IBSaúde, responsável pela contratação dos profissionais, e um representante do governo do Estado.

O principal problema abordado foi o atraso de 77 dias nos pagamentos aos médicos do HNSN referentes a setembro. Essa inadimplência vem ocorrendo reiteradamente ao longo de 2025. Além disso, uma das médicas do corpo clínico da pediatria denunciou à Promotoria a ausência de escala definida e completa para o mês de dezembro. Conforme o relato, diversos médicos pretendem desistir dos plantões no HNSN em razão da falta de pagamento.

 

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Os médicos pedem a presença de dois pediatras durante o veraneio (dezembro a fevereiro). No modelo atual, há apenas um plantonista na pediatria. O HNSN mantém apenas um pediatra para emergência pediátrica e na sala de parto, o que oferece riscos à população, tendo em vista que o fluxo de pessoas no Litoral Norte aumenta consideravelmente durante o verão. Também há registro de falta de insumos como: papel-toalha, papel higiênico e toalha de banho dos pacientes.

Na reunião, o IBSaúde relatou que, atualmente, a arrecadação do hospital não dá conta de quitar todas as despesas. O presidente do Simers rebateu lembrando do ônus orçamentário gerado pelas terceirizações e contratações indiretas.

“Há uma questão que tem acontecido cronicamente em todo o Estado. É o fato de que o IB, por exemplo, que é o dono do hospital, não faz a contratação direta dos profissionais. Ele acaba sub-rogando. A cada sub-rogação, quando se passa do terceirizado para o quarteirizado, cada empresa cobra uma taxa de administração, o que aumenta o custo. A contratação direta, mesmo que de pessoas jurídicas, poderia reduzir esse custo. Nesse aspecto, nós temos um desperdício de valores, porque todas essas empresas cobram taxas de administração”, disse o presidente.

Matias também apontou que as emergências pediátricas não podem ser atendidas sem ter um pediatra. Ele pontua que é preciso costurar soluções junto ao governo do Estado e também aos sete municípios de referência do HNSN (Arroio do Sal, Dom Pedro de Alcântara, Mampituba, Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras, Três Forquilhas e Torres). Ele citou como exemplo a cidade de Montenegro, no Vale do Caí, em que a traumatologia foi dividida entre os municípios de referência. O sindicato também cobrou uma previsão de pagamento para evitar que os profissionais abandonem seus postos.

“Os médicos estão financiando o hospital sem receber. Porque se não tiver médico trabalhando, o hospital não tem dinheiro para nada. Não adianta ter manutenção do hospital se não tiver ninguém para atender. Então, sim, os médicos financiam o hospital”, disse o presidente.

O promotor Marcelo Araújo Simões destacou sua preocupação com o risco concreto de interrupção do atendimento pediátrico no HNSN em época de veraneio. Ele frisou que convocou a reunião porque gostaria de buscar uma solução extrajudicial, com mais celeridade, antes do recesso do Judiciário.

“Com uma judicialização, além de aumentar o tempo e o custo, a solução foge das nossas mãos e fica na mão do juiz. Depois, todo mundo tem que correr atrás”, disse Simões.

Ao fim da reunião, ficou definido que a prefeitura disponibilizaria ao MP uma planilha com a relação dos custos do HNSN. A secretária de Saúde também ficou responsável por contatar as prefeituras dos sete municípios atendidos pelo hospital para dialogar sobre o compartilhamento das despesas com a pediatria.

 

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Tags: Salários atrasados Torres

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