Simers inspeciona HPSC em Canoas e denuncia superlotação e atrasos em pagamentos médicos
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Simers inspeciona HPSC em Canoas e denuncia superlotação e atrasos em pagamentos médicos

Conselheira Lúcia Osório constatou caos na Ala Verde, déficit de insumos, leitos bloqueados e precarização dos vínculos profissionais; sede original do hospital só deve ser retomada em 2026.

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22/05/2025 17:17

Nesta quinta-feira (22), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) realizou uma visita técnica ao Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), provisoriamente instalado nas dependências do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), para avaliar as condições estruturais e as principais demandas da categoria médica. Representando a entidade, a conselheira Lúcia Osório se reuniu com a direção da empresa gestora da instituição de saúde e percorreu áreas críticas, constatando um cenário preocupante de superlotação, escassez de insumos e precarização das condições de trabalho.

A visita foi motivada pelos impactos ainda persistentes da enchente de 2024, que resultou na perda de mais de 100 leitos e na transferência das operações para outra estrutura. A previsão de retorno à sede original, no bairro Mathias Velho, é apenas para 2026. No entanto, as obras de recuperação seguem paralisadas, agravando a sobrecarga sobre os espaços atualmente em uso.

Na Ala Verde, onde são atendidos os casos de menor gravidade, a situação é crítica: o setor opera com mais de 500% da capacidade. Com apenas 22 leitos e oito poltronas disponíveis, pacientes se acumulam em macas improvisadas pelos corredores, a maioria com síndromes respiratórias. Verificou-se, também, a inexistência de administração de medicamentos nos pacientes que aguardam nos corredores do HPSC/HNSG,o que ocasiona maior concentração de pessoas e pressiona ainda mais o sistema.

Já a Sala Vermelha, que recebe casos mais graves, está com 76% da ocupação nos 14 leitos existentes. A escassez de insumos e respiradores compromete ainda mais o atendimento.

O Simers também recebeu relatos de atrasos nos honorários de diversas especialidades médicas, como intensivistas, anestesistas, ortopedistas, traumatologistas e neurologistas. Embora os médicos contratados em regime CLT não estejam com salários atrasados, muitos enfrentam férias vencidas – inclusive casos com dois períodos não concedidos. Médicos prestadores de serviços ao IAHCS,administradora do HPSC, denunciam atraso em até cinco competências. Além disso, há casos de quarteirização da mão de obra médica via empresa terceirizada, a partir de abril de 2025, por meio da modalidade socio-cotista com a Hospitalize.

A UTI do hospital possui 10 leitos, mas dois seguem bloqueados devido a obras emergenciais após chuvas intensas. A liberação desses leitos está prevista para amanhã,23/05.

Durante a reunião com o diretor do IAHCS, André Allgayer, as demandas foram apresentadas e discutidas. O Departamento Jurídico do Simers vai encaminhar um ofício formalizando o que foi constatado in loco. Também ficou acordada a realização de uma reunião entre o sindicato e o IAHCS na próxima semana, entre segunda e terça-feira, para tratar dos problemas estruturais e das relações de trabalho.

O Simers segue acompanhando de perto a situação dos médicos e dos pacientes em Canoas, e reforça o compromisso com a valorização da categoria e a garantia de condições dignas para o exercício da Medicina.

Tags: Hospital Nossa Senhora das Graças HPSC Canoas

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