O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) ingressou com Ação Civil Pública contra o Parecer nº 26/2025 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), que sugere a possibilidade de enfermeiros atuarem como anestesistas ou realizarem atividades relacionadas à anestesia, entre elas, a administração de anestésicos locais em suturas simples.
Segundo o Simers, o documento ultrapassa os limites legais da prática da enfermagem e invade competências garantidas exclusivamente aos médicos por lei federal. A entidade sustenta que procedimentos anestésicos, independentemente de sua complexidade, exigem conhecimento profundo de fisiologia, farmacologia e avaliação integral do paciente, conteúdos que fazem parte da formação médica, mas não integram a grade da enfermagem com o mesmo grau de profundidade.
O sindicato argumenta que permitir que outros profissionais realizem atos que envolvem risco elevado ao paciente representa uma ameaça à segurança assistencial. “Quem tem competência para realizar anestesia é o médico. É ele o profissional capacitado para prever, manejar e intervir em complicações que podem surgir em questão de segundos”, destaca a entidade.
A ação judicial busca suspender os efeitos do parecer do Cofen e impedir que práticas vinculadas à anestesia sejam realizadas de forma autônoma por enfermeiros. O debate, reforça o Simers, está no campo da definição de limites entre profissões, tema que já gerou controvérsia em outras ocasiões, como no caso da resolução do próprio Cofen sobre procedimentos estéticos, posteriormente suspensa pela Justiça.
O Simers ressalta que a enfermagem é parte essencial da equipe multiprofissional e destaca que sua defesa sempre se orienta pela segurança do paciente e pelo respeito às atribuições previstas em lei para cada carreira. “Cada profissional deve atuar dentro dos limites de sua formação. É isso que protege a vida das pessoas”, afirma o sindicato.
LEIA MAIS:
Resolução abusiva do Conselho Federal de Farmácia coloca em risco a saúde da população e afronta o Ato Médico
Simers em Uruguaiana: em reunião com secretária de Saúde são debatidas ações contra interferência no Ato Médico na cidade
Evento do Simers promove debate sobre exercício ilegal da Medicina
Ao final, o Simers dirige um questionamento direto à população: “Você estaria disposto a colocar sua vida em risco permitindo que alguém que não estudou medicina e se especializou em anestesia realizasse esse procedimento em você?”
A entidade reforça que continuará defendendo a categoria médica e a segurança dos pacientes, mantendo o posicionamento de que atos anestésicos devem ser executados apenas por quem possui formação específica para isso: o médico.
Simers: coragem para fazer. Gestão para avançar! Associe-se.
O Simers utiliza cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para melhorar a experiência de usuário. Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.