Obesidade infantil é preocupação mundial
A Luta

Obesidade infantil é preocupação mundial

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29/02/2016 12:30

Meninas-gorduchas-comem-sorvete-Pixabay Com a praticidade dos fast foods, é fácil encontrarmos crianças comendo hambúrguer e tomando refrigerante antes dos dois anos de idade. Segundo dados do IBGE do ano de 2015, 25% das crianças do Brasil, têm sobrepeso e obesidade. O termo sobrepeso é geralmente usado para indicar o excesso de peso enquanto obeso se refere a excesso de gordura. A obesidade infantil é uma tendência mundial. Estudos mostram que 80% das crianças obesas continuarão sendo obesas na fase adulta. Em 2022, 65% da população terá obesidade ou sobrepeso. Para o especialista em pediatria, nutrologia e endocrinologia Matias Epifânio, quanto mais passa o tempo, mais difícil fica para modificar o costume da criança de consumir açúcar e carboidrato. “Nos melhores centros mundiais, as taxas de obesidade são muito baixas porque há um conjunto de fatores envolvidos como culturais, políticos e comerciais. Por isso é muito importante a gente trabalhar enquanto a criança é pequena", destaca Matias. Segundo o pediatra, a preocupação dos médicos é tratar a obesidade desde quando a criança está na barriga da mãe promovendo cuidados, pois um grande ganho de peso na gestação também está associado à obesidade na vida adulta. O aleitamento materno é outro item fundamental: quanto mais tempo de amamentação, menos chances do bebê ser um adulto obeso. Matias alerta que os pais precisam se conscientizar que uma criança que é obesa desde pequena, apresenta alterações cardiovasculares precoces, gerando uma série de problemas na saúde. "Acompanho 200 crianças num ambulatório na PUC, onde vejo crianças pequenas com pressão alta, pré-diabéticas e com problemas cardiopulmonares. Imagina se elas continuam sendo obesas na vida adulta? A sobrevida dessas pessoas será menor”, afirma.

Escola ensina a cuidar da alimentação

Preocupado com a saúde e bem-estar das crianças, há 33 anos a escola Amigos do Verde estimula seus alunos a cultivarem hortas, temperos e ervas medicinais. “Na escola só usamos alimentos com produtos orgânicos. Nossos alunos não consomem açúcar refinado de forma alguma, mel e açúcar mascavo até os três anos de idade. Tudo o que precisar ser adoçado é feito com frutas secas” revela o diretor da escola, Frederico Carneiro Behrendes. A instituição de ensino possui três hortas, sendo uma para experimentos dos alunos. Na busca pela alimentação mais saudável, eles fazem uma pesquisa aprofundada sobre a importância de consumir produtos orgânicos. Já para beber, os alunos fazem águas aromatizadas no dia a dia. O local possui aula de agroecologia e não tem cantina. “Não entra na escola nenhum tipo de alimentação que não seja da proposta da escola, que não seja produzido na nossa instituição. Até mesmo nas festinhas de aniversários, os docinhos, o bolo é tudo feito com produtos orgânicos”, ressalta Behrendes. “Muitas mães nos procuram na questão do sobrepeso, para darmos continuidade à alimentação que a criança está tendo em casa. Outras famílias nos procuram para ajudarmos na reeducação alimentar. Sabemos que crianças muito novas já lidam com a questão do sobrepeso”,  complementa.

Mas como evitar a obesidade infantil?

Para Matias, o acompanhamento pediátrico é fundamental. “Ele vai detectar alterações na alimentação da criança. Também é preciso que o consumo de alimentos saudáveis venha desde dentro de casa, no almoço ou jantar familiar. As pessoas não podem se deixar influenciar pelas propagandas da TV. A prática de exercícios físicos também não pode ser esquecida. Segundo estudos do IBGE, atualmente a criança brasileira passa 5h por dia na frente de TV, iPad, celular ou computador e isso acarreta o aumento do sedentarismo”, afirma.
Tags: Obesidade Obesidade infantil

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