Outra conquista foi o fim de um curso que os médicos tinham de fazer para acessar a última letra da carreira no INSS antes de se aposentar. A dirigente explica, porém, que a formação não era oferecida desde 2011, o que gerou grande represamento de peritos, que não conseguiam atingir o topo da carreira.
"Além disso, qual é a justificativa de exigir um curso para quem está em fim de carreia e ainda é custeado com dinheiro público", observou a secretária geral da ANMP.
Reestruturação da carreira
O foco daqui para frente será buscar a reestruturação da carreira dentro do órgão. O acordo com o governo prevê a instalação de um comitê para rediscutir a atual organização. Segundo Clarissa, a carreira atual é a responsável pelo esvaziamento do segmento, o que afeta, destacou, diretamente as condições de prestar o atendimento e agilizar o fluxo de perícias e demais atribuições dos servidores.
Entre 2011 e 2015, mais de 3 mil médicos peritos se demitiram. "Não podemos mais ficar como está", advertiu a diretora do SIMERS. Clarissa adiantou que "a nova estrutura deverá discutir jornada e remuneração dos peritos, que terão novas atribuições, pois houve a fusão dos ministérios da Previdência Social e do Trabalho".
"Imaginamos que este acordo e a perspectiva de mudanças na carreira vão segurar os peritos que pensam em sair por mais um ano", alertou a sindicalista.
Sobre a compensação do trabalho referente ao período de greve, a secretária geral da ANMP informou que deve sair uma normativa sobre a reposição. Clarissa lembrou que a categoria não parou integralmente e que está sem receber salário desde outubro, quando foi deflagrada a paralisação.
"O período não pago será devolvido com reposição a partir de abril. Apesar de termos voltado ao trabalho em 25 de janeiro, ainda não recebemos nada", esclareceu a dirigente.
Um dado importante, que gerou muita reclamação, é a demora na concessão de benefícios durante a greve. Clarissa informou que foi constatado que 80% das pessoas que não chegaram a fazer a avaliação após 45 dias do pedido, devido à paralisação, não estavam tendo acesso aos benefícios.
Uma ação civil pública, movida pela defensora pública federal do Rio Grande do Sul Fernanda Hahn, assegurou que, se após 45 dias do requerimento a perícia não for feita, o benefício deve ser concedido administrativamente mediante a apresentação de um atestado médico. O descumprimento desse direito chegou a ser denunciado à Defensoria no Estado.
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