Diretor-geral do Simers faz palestra sobre o envelhecimento saudável durante o Fórum Social Mundial

É necessário que se rediscuta o sistema de saúde brasileiro, conciliando sustentabilidade financeira e efetividade assistencial, possibilitando mais e melhores ações em saúde à população, especialmente preventivas, e beneficiando subgrupos, como idosos. A afirmação é do diretor-geral do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e coordenador do Núcleo de Psiquiatria da entidade médica, Fernando Uberti, e foi feita durante palestra proferida na Assembleia Legislativa do Estado, na tarde desta terça-feira, 24, durante o Fórum Social Mundial da Pessoa Idosa (FSMPI), que faz parte da programação do Fórum Social Mundial. 

Uberti, que esteve acompanhado da diretora do Sindicato  e membro do NuPsiq-Simers, Luciana Mesko, abordou o tema: "O envelhecimento Saudável e Políticas Públicas". A palestra e debate que se segue foi mediado pelo deputado estadual e também médico, Thiago Duarte, e transmitida ao vivo pelo Facebook. O dirigente do Simers relatou dados estatísticos para apontar o aumento de expectativa de vida e peculiaridades epidemiológicas do tema em países emergentes, além de abordar o conceito e especificidades do envelhecimento ativo, sintetizado como “envelhecer bem, de forma diferente”. 

Autonomia e independência

O diretor-geral da entidade médica defendeu, durante sua explanação, a importância de premissas do envelhecimento ativo, como autonomia e independência e a necessidade de políticas públicas consistentes focadas nos determinantes desse envelhecimento ativo, de forma especial no relativo
aos serviços em saúde.

O médico também salientou a importância da assistência psiquiátrica à sociedade, e ao subgrupo de idosos, mais expostos a suicídio, depressão, etilismo e outros transtornos psiquiátricos. Nesse sentido, abordou ações do Simers pelo fortalecimento, expansão e qualificação da rede em assistência psiquiátrica do estado, como as recentes vistorias em mais de 70% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Rio Grande do Sul, nas quais foram avaliadas questões como infraestrutura física, recursos humanos (quantitativo e vínculos), insumos e equipamentos, reunindo dados sobre as fragilidades encontradas no funcionamento de cada unidade. Reuniões já foram realizadas com a Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS) e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), para apresentação do relatório e articulação de ações em conjunto para reversão desses cenários. “Nós entendemos que precisamos participar juntamente com outras entidades e grupos no sentido da construção de soluções aos grandes desafios da Saúde, e inserirmos as justas demandas da categoria médica nesse contexto maior. Somente assim avançaremos, para a Medicina, para a Saúde e para a sociedade”, evidenciou Uberti. 

Atividade física

Já a diretora Luciana Mesko, trouxe a alimentação, a  atividade física e o convívio social como ferramentas para uma vida saudável. “Ser idoso não significa se isolar. A população idosa de hoje não é a mesma de ontem, tem uma disposição melhor. Algumas limitações próprias da idade surgem, mas que podem ser adaptadas para uma vida melhor”, disse.

O encontro também contou com a coordenadora do eixo cultural do Fórum, Izabel Laryan;  com a gerontóloga, psicóloga e sexóloga, Zhélide Quevedo Hunter; com as representantes da Associação Nacional de Gerontologia (ANG),  Marines Portanova Leal e Dileta Rohers; com a presidente e vice-presidente da seção Rio Grande do Sul, e o representante da ACM do Rio Grande do Sul, o secretário-geral José Ricardo Calza Caporal.