Pacientes depositados no chão no Postão da Cruzeiro por falta de leitos
A Luta

Pacientes depositados no chão no Postão da Cruzeiro por falta de leitos

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22/01/2016 17:31

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Pacientes em obsevação em colchonetes no chão na madrugada desta sexta (22) na emergência superlotada
O Sindicato Médico do RS (SIMERS) denunciou nesta sexta-feira (22) que pacientes dependentes químicos e com transtornos mentais são colocados em colchonetes e cobertores no chão por falta de leitos e superlotação na emergência psiquiátrica do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (popular Postão da Cruzeiro), em Porto Alegre, a maior emergência da área do SUS no Estado. Há pouco mais de um mês houve o mesmo flagrante (veja aqui). A situação virou rotina e expõe a grave oferta insuficiente de leitos psiquiátricos. Na madrugada dessa sexta-feira, dez dos 24 pacientes que estavam em observação na unidade (com capacidade para 14 doentes) tiveram de dormir em colchonetes ou cobertores. No começo da tarde, aumentou a ocupação para 25 pessoas.  O SIMERS acionará Ministério Público e Justiça e quer a reabertura imediata de leitos no Hospital Parque Belém. Fotos com o flagrante feito na madrugada foram enviadas por familiares ao SIMERS, que foi ao local no começo da tarde, acompanhado do vereador e médico Humberto Goulart. O vereador, que é uma autoridade, garantiu o ingresso na área para levantar as condições de atendimento. A Imprensa não foi autorizada pela Secretaria Municipal da Saúde a entrar e conferir as condições de assistência. 160122-Tarde-colchonete-chão-nome-na-parede-SIMERS-3Colchonete-leito O presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes, relatou que se deparou com pacientes instalados em consultórios por falta de leitos, em cadeiras e em pé. Grande número de pessoas aguardavam consultas, mas a superlotação impede que médicos possam manter o atendimento, pois não há onde colocar mais doentes. "Sem vislumbrar solução, os funcionários estão colando folhas de papel branco nas paredes com nomes de pacientes (João Pedro, Paulo, Natanael, Guilherme) e abaixo, no chão, estão colchonetes e cobertores. A mensagem é claro: aqui é um leito", indigna-se Argollo. "É uma situação que fere aos direitos dos cidadãos que procuram atendimento no Postão.  Enquanto temos essa cena lamentável aqui, o Parque Belém, que não fica muito longe daqui, tem cerca de 20 camas vazias, com lençóis, prontas  para reabrir e receber pacientes", lamentou o presidente do SIMERS, Paulo de Argollo Mendes. O dirigente comunicou, após entrar na emergência e verificar que muitos doentes estavam em cadeiras, nos consultório ou em pé por falta de espaço, que a entidade já está verificando as medidas judiciais para responsabilizar criminalmente os gestores públicos da Capital. "Qualquer prefeitozinho de cidade do Interior, em uma situação que fosse a metade dessa (Postão), já teria colocado o hospital Parque Belém sob intervenção e tirado as pessoas do chão e colocado nas camas que estão vazias", comparou Argollo. "Falta coragem ao poder público para tomar esta atitude." O vereador Goulart reforçou que pressionará o secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, e o prefeito José Fortunati para intervir no Parque Belém. Argollo afirmou ainda que fará denúncia imediatamente ao Ministério Público Estadual de Direitos Humanos e também pedirá que Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa promovam audiências públicas para pautar as graves deficiências em saúde mental. "O problema que vemos aqui no Postão não é privilégio da população da Capital, é uma calamidade em todo o Estado, essa falta aguda de leitos para internação e serviços especializados", alerta o presidente do Sindicato. [aesop_gallery id="16796"]
Tags: Saúde Mental emergência psiquiátrica postão da Cruzeiro prefeito Porto Alegre José Fortunati Secretaria Municipal da Saúde vereador Dr Humberto Goulart Psiquiatria

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