Neurocirurgião ajuda colegas a exercerem cirurgia de excelência a pacientes do SUS
A Luta

Neurocirurgião ajuda colegas a exercerem cirurgia de excelência a pacientes do SUS

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13/07/2016 13:25

medicos-voluntarios-gustavo Tempo é dinheiro! A velha máxima repetida em filmes e no cotidiano é falaciosa demais para definir o valor do tempo para quem o dedica ao voluntariado. Recursos financeiros se tornam muitas vezes irrelevantes perto do valor humano da realização e crescimento obtido com um gesto de solidariedade. O neurocirurgião Gustavo divide o seu tempo entre os atendimentos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o Centro Avançado de Neurologia e Neurocirurgia - CEANNE, projeto pioneiro que tem por objetivo oferecer condições mínimas para os colegas de profissão exercerem uma prática neurocirúrgica de excelência que beneficie os pacientes do Sistema Único de Saúde. O CEANNE está presente nos municípios de Porto Alegre, Rio Grande, São Leopoldo, Uruguaiana, Viamão e Santo Ângelo. “Em cada cidade onde está o CEANNE incorporamos ao projeto alguma ação voluntária, que é decidida pelos colegas neurocirurgiões e neurologistas como deve ser realizada. No CEANNE Hospital Centenário, em São Leopoldo, por exemplo, organizamos simpósios e eventos científicos. Para participar os interessados doam alimentos ou roupas, que são repassados para associações e entidades sem fins lucrativos do município. Contamos em nosso grupo com uma assistente social que estuda para qual local estas doações devem ser destinadas”, destaca Gustavo. O médico revela ainda que em São Leopoldo iniciaram recentemente um trabalho de apadrinhamento de crianças em situação de risco, amparadas pela APRAMOR (Associação Para o Projeto Amor). “A Presidente da ONG, uma juíza aposentada, palestrou para o grupo de neurocirurgiões do CEANNE Centenário e ficamos motivados a ajudar também. Estamos tentando programar pelo menos um projeto social em cada município onde o CEANNE está presente”. O simpósio é realizado há cinco anos e o apadrinhamento de crianças há um ano. “O trabalho voluntário na realidade não me toma muito tempo no dia-a-dia. Se organizado adequadamente e com as pessoas entendendo sua participação no projeto as coisas andam por si só. Geralmente as pessoas deixam de doar ou exercer um voluntariado, porque acreditam que precisarão dedicar muito tempo de uma agenda já lotada de afazeres. Nestes projetos, o que dedico um pouco mais de tempo é para conhecer a entidade na qual faremos a doação e explicar como desejamos avaliar o que foi doado de forma transparente. Creio que este é o principal alicerce de um projeto de longo prazo”, afirma Gustavo. Muitas pessoas já foram beneficiadas com as doações de roupas e alimentos realizadas por Gustavo. Quanto a APRAMOR, ela conta com 13 crianças em situação de risco. “Faz parte da experiência humana querer ajudar o próximo. Este sentimento está em todos. As pessoas não se envolvem mais com entidades sociais porque o nível de desconfiança em nosso país é muito alto. A transparência, e quando digo transparência refiro-me a mostrar a planilha financeira e as notas fiscais de aonde o dinheiro foi gasto, é a única forma das pessoas se envolverem mais com projetos sociais. Nos Estados Unidos, o terceiro setor é muito forte e se tornou um braço do poder público, como deveria ser no Brasil, mas muitas vezes não é. Isso deve-se não somente pelo noticiado mau uso do dinheiro realizado por algumas entidades (o que é justificado), mas também por vieses ideológicos”, conclui Gustavo. Jornalista Camila Ferro
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