Movidas pelo desejo de salvar vidas, em pouco tempo elas serão maioria
A Medicina

Movidas pelo desejo de salvar vidas, em pouco tempo elas serão maioria

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08/03/2017 09:57

Conheça a história das mulheres precursoras da medicina no Rio Grande do Sul 

A história da Medicina gaúcha é marcada por mulheres fortes, que desafiaram os padrões e preconceitos de seu tempo para se dedicar ao cuidado com o outro. Precursora no Brasil, Rita Lobato Velho Lopes é exemplo dessa trajetória de luta. Nascida em 1866, em São Pedro do Rio Grande, na província do Rio Grande do Sul, ainda quando criança decidiu que queria ser médica – e não abriu mão de seu sonho. Primeiro no Rio de Janeiro e depois na Bahia, passou pela faculdade de Medicina quando a profissão ainda era exclusivamente composta por homens. Em 1887, depois de defender a tese “Paralelo entre os métodos preconizados na operação cesariana”, ela se tornou a primeira médica formada no Brasil. O pioneirismo de Rita incentivou, nos anos seguintes, a formação de outras duas gaúchas, que também precisaram deixar o Estado para conquistar o diploma em terras cariocas. Ermelinda Lopes de Vasconcelos concluiu o curso em 1888, seguida por Antonieta César Dias, que se tornou médica em 1889. A realidade passou a mudar com a abertura da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1898. Diferente de suas antecessoras, Alice Mäeffer não precisou sair do Rio Grande do Sul. Matriculada na primeira turma, em 1904 foi diplomada. Confira o vídeo produzido pelo SIMERS para marcar o dia da mulher:   https://youtu.be/Vg2sN3E8XAI  

Presença de mulheres na Medicina cresce

Hoje o cenário é outro, bastante diferente. De acordo com a última edição da Demografia Médica, feita pela Universidade de São Paulo (USP), em 2014 os homens eram maioria na profissão (57,5%). No entanto, os números também mostram que há uma tendência de feminização da Medicina no Brasil. Entre os médicos com 29 anos ou menos, as mulheres já são maioria e correspondem por 56,2% dos profissionais que atuam no mercado. Entre 30 e 34 anos, são 49,9%. A inversão no cenário é crescente desde o ano de 2011. No entanto, os dados mostram que elas ainda recebem menos. Na menor faixa de salário, que vai até R$ 8 mil, estão concentradas 27,9% das mulheres. Já os homens representam 14,1%. Pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) também aponta essa diferença. Em Porto Alegre, as mulheres ganham 28% menos por hora, ainda que com o mesmo tempo médio de estudos (10,5 anos).

Distribuição feminina por especialidades

Segundo a Demografia Médica, a distribuição feminina dentro da Medicina está concentrada em algumas áreas. Elas lideram especialidades como dermatologia e pediatria (74,4% e 71,7%, respectivamente) e correspondem por mais de 60% dos endocrinologistas, alergistas e hematologistas.  As mulheres também dominam a clínica médica (50,4%), a ginecologia e obstetrícia (52,9%) e a medicina de família e comunidade (56,5%). Por outro lado, são minoria nas especialidades cirúrgicas. Na cirurgia geral, correspondem por somente 18,4% do total. O número é ainda menor na área de urologia, em que elas representam 1,86% dos profissionais: são apenas 83 tituladas no país.
Tags: Dia da Mulher médicas Feminização da Medicina

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