Médicos e demais trabalhadores de hospitais vão parar em Porto Alegre
A Luta

Médicos e demais trabalhadores de hospitais vão parar em Porto Alegre

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08/11/2016 09:10

Os médicos e demais servidores de hospitais e clínicas ligados ao Sindicato de Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa) vão parar nesta quarta e quinta-feira (9 e 10). A paralisação é efeito do impasse na negociação para a data-base das categorias que atuam nos estabelecimentos. Desde julho, data-base do setor, busca-se a reposição da inflação acumulada, mas o sindicato patronal oferece pouco mais que a metade do índice. "Só estamos fazendo isso porque estamos sendo empurrados pelo Sindihospa. Vamos parar, com muita dor. É desagradável chegarmos a esse ponto", declarou o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Paulo de Argollo Mendes, em entrevista coletiva para a imprensa gaúcha no começo da manhã desta terça-feira (8). A rede de hospitais que será atingida responde por mais de 60% dos leitos de Porto Alegre (privados e públicos), e quase 70% do SUS, informou o SIMERS. Argollo reforçou que a paralisação é efeito "da intransigência e do descaso da direção do Sindihospa". "Pedimos à população que não busque os hospitais nestes dois dias, somente em caso de necessidade", orientou o presidente do Sindicato Médico. "A solidariedade de todos garantirá dignidade na assistência", valorizou. O Sindicato esclarece que, seguindo a legislação de greve, serão mantidos os atendimentos nas emergências e 30% dos demais serviços. coletiva-de-imprensaA definição sobre fazer a paralisação foi tomada há duas semanas em plenária unificada de todas as categorias. Os médicos confirmaram a decisão em assembleia na quinta-feira passada (3/11). Os hospitais somam 5,4 mil médicos, 41,% do total de profissionais da área atuando na Capital. A data-base do setor é julho. Até agora, a oferta do sindicato patronal foi de 5% de reajuste. Os trabalhadores reivindicam reposição da inflação anual em 9,5%. O Sindihospa sequer acenou com a garantia da aplicação integral do INPC para revisão de 2017, destacou Argollo. "A greve dos profissionais da saúde dos hospitais e clínicas de Porto Alegre, programada para esta semana, foi a última alternativa. Estamos negociando há meses, mas os trabalhadores chegaram ao limite da tolerância", reforçou a liderança médica. Mediação no TRT vai ocorrer na tarde desta terça O presidente do SIMERS informou que, em busca de uma resolução do impasse, o Sindicato solicitou a mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Audiência ocorrerá nesta terça-feira (8), a partir das 14h na sede do TRT da 4ª Região (avenida Praia de Belas, 1100, sala 506) . "É um caminho para tentar evitar a paralisação e mostrar a sensibilidade das categorias em buscar um acordo", ressaltou Argollo. O vice-presidente do TRT4, João Pedro Silvestrin, conduzirá a audiência. Participação dos hospitais ligados ao Sindihospa na rede de atendimento:
  • São 12 hospitais em Porto Alegre: 5.061 leitos (sendo 3.490 leitos do SUS)
  • 60% dos leitos totais de Porto Alegre (que tem 8.328 vagas totais - privados e SUS)
  • 66% dos leitos SUS em Porto Alegre (que tem um total de 5.284 vagas pelo SUS)
  • Região Metropolitana: leitos totais e SUS dos hospitais respondem por 40% da oferta, ou seja, de cada 10 leitos (SUS ou não SUS), 4 estão nos hospitais da convenção Sindihospa
  • Rede estadual: os leitos representam 15% da oferta de leitos totais e SUS
Tags: Greve Médicos Sindihospa Reajuste paralisação hospitais

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